O Grupo Panini (Itália) estuda a VENDA da empresa globalmente, e ("SE" isso realmente acontecer), poderia afetar diretamente as operações da editora no mercado brasileiro (e no resto do mundo, naturalmente)!
Esse "RUMOR" (e vamos tratar assim nesta matéria) se espalhou nas redes durante a virada do mês... Mas o que é REAL e o que é BOATO (aumentado pra gerar "cliques" em outros veículos)? Fiz uma apuração nos últimos dias, com a ajuda de um correspondente internacional (um camarada de Portugal que tem contatos com a Panini-Espanha) e vou tentar elucidar (na medida do possível) esse emaranhado de dúvidas, incertezas, e sensacionalismo (envolvendo o ocorrido)!
Confira abaixo:
A manchete: "Panini à VENDA"... é uma moeda com 2 faces: Existe mesmo um FATO (concreto) nessa informação E (também) um "aumento" em torno disso criado pra gerar uma "distorção" do ocorrido (pra mídia é bom, pois gera burburinho e engajamento nas redes e veículos de notícias - sendo que muitos deles vivem exclusivamente de FAKE news e sensacionalismo gratuito)! Vamos começar do início: Segundo a agência "Reuters", conforme divulgado inicialmente na mídia Italiana, a Panini estaria avaliando (estudando/considerando) uma possível VENDA (parcial OU total) da empresa. Isso SIM, de fato ocorreu (ou está ocorrendo): MAS, é uma movimentação normal (natural) em qualquer empresa (ainda mais do porte de uma gigante que nem a Panini-Itália). A movimentação em questão ocorre alguns meses após o falecimento do CEO (Aldo Hugo Sallustro), visto como uma figura central e importante em projetos de expansão global da Panini. Diante desse quadro, explorar alternativas estratégicas (de compra, venda, fusão, etc) é uma manobra de praxe pra sobrevivência E manutenção de uma marca que atua no mundo inteiro! Ou seja: A consulta de mercado (para uma "possível" venda) parece realmente ter ocorrido, e sido solicitada até mesmo por acionistas da empresa, só que NÃO existe nada que demonstre, de fato, uma intenção de se bater o martelo numa venda do grupo (nem "parcial" e muito menos "total")!
Sobre problemas financeiros ou jurídicos que a Panini possa estar enfrentando... Sim, ela se envolveu numa batalha judicial com a "Fanatics", depois de perder os direitos exclusivos que tinha na produção de cards da NBA e NFL (FONTE: "Mangás Brasil") e que podem se estender até 2028 (e além). Só que devemos lembrar, também, que a Panini é maior fabricante de álbuns e figurinhas de futebol no mundo todo, e no ano que vem teremos uma "COPA" (o que deve render milhões de dólares). Dito isso, apesar de brigas jurídicas e oscilações no mercado de quadrinhos, é improvável que a Panini faça QUALQUER tipo de negociação até o término do campeonato mundial. E, mesmo depois da COPA, caso a Panini VENDA parte da empresa: Ainda devemos considerar o fato de que o OPERACIONAL poderá ser mantido exatamente da mesma forma (trocam-se os donos, mas mantém-se as operações intactas a nível global). O que, diga-se de passagem, é outra movimentação bastante comum no mundo empresarial. Falando por mim (numa escala microscópica diante da Panini, kkk): Já vendi uma empresa (academia) pra um concorrente, que apenas mudou o NOME (fachada) e manteve toda a estrutura idêntica (equipamentos, funcionários, etc). Imagino que numa (suposta) venda da Panini, algo similar ocorresse também: E no caso da italiana, nem o NOME mudariam, já que a MARCA é forte!
Por FIM... É importante ressaltar alguns pontos: A Panini tem um contrato de exclusividade com a FIFA até 2030, sendo que a venda de figurinhas é o carro-chefe da empresa! Os quadrinhos vem em 2º plano, sendo que somente os mangás abocanham mais de 70% dessa fatia do negócio (os outros 30% são divididos entre: Marvel, DC, e infantis)! No caso de a Panini ser vendida (hipoteticamente falando) e um eventual novo dono se desligar dos GIBIS (ficando só com o esporte), como seria o mercado brasileiro? Bem, podemos imaginar alguns cenários: Nenhuma outra editora (que eu saiba) teria o mesmo cacife ($$$) da Panini para englobar Marvel e DC juntas sob o mesmo teto. Assim, só consigo imaginar as 2 majors americanas voltando a ser RIVAIS (sob editoras nacionais distintas). Talvez a Mythos ficasse com uma delas (provavelmente a Marvel) e a DC fosse disputada por outra de médio porte (Cia das Letras, Record, etc), enquanto os mangás se espalhariam entre JBC e as demais editoras que já publicam o gênero. Seria bom pelo fim do monopólio "paninesco" de super-heróis, rs. Mas (por outro lado) seria ruim porque as demais editoras dificilmente conseguiriam manter o mesmo fluxo atual de encadernados em profusão (OMNIBUS, SAGAS, CCM, e agora até formatinhos/Pockets). Mas podem ficar tranquilos (por enquanto) isso foram apenas conjecturas (imaginárias) de um cenário que NÃO deverá se desenhar (ao menos nos próximos ANOS, rs)!
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