Heróis da TV – Uma Revolução em Formatinho (Parte 3 - FINAL)

As equipes de heróis também marcaram presença na revista: os Vingadores (de Roy Thomas e John Buscema); os Campeões; os Invasores; X-Men; etc. Curiosamente, os Vingadores só vieram a fazer sucesso no Brasil quando passaram a ser publicados em HTV mesmo, depois de anos e anos de histórias e fases inteiras puladas (e que ainda permanecem inéditas no brasil) – a Bloch havia tentado antes, mas os Vingadores tiveram uma revista mensal de curta duração (só umas 5 ou 6 edições). Mas com o toque de Midas da revista HTV, os Vingadores se tornaram um sucesso instantâneo. As demais equipes que compunham o mix fizeram relativo sucesso (especialmente os Campeões: composta pela Viúva Negra, Hércules, Motoqueiro Fantasma e Homem de Gelo), mas foram dissolvidas pela própria Marvel que fez cada herói tomar seu próprio rumo.

Foi nas páginas de HTV também, que os leitores brasileiros conheceram CONAN – O Bárbaro e os demais heróis da Era Hiboriana criados por Robert Howard: SONJA – A Guerreira e KULL – O Conquistador (este, surgido posteriormente em Superaventuras Marvel). Originários dos pulps (livrinhos de bolso baratinhos) dos anos 30, esses 3 personagens viviam em uma era fictícia onde a espada era a lei e o sangue corria em abundância a cada nova aventura. Mutilações, decaptações, estupros, mortes e toda sorte de torturas e perversão regavam as aventuras de Conan, Sonja e Kull. O sucesso foi tanto, que logo esses personagens passaram a não caber mais em uma única revista e começaram a se revezar entre outros títulos da editora, até que Conan ganhou uma série de revistas próprias (Espada Selvagem, Conan – o Bárbaro, Conan Rei, etc). Conan e Sonja estrearam juntos em uma mesma aventura na edição 36 de HTV, mas a origem de ambos só seria revelada respectivamente em HTV 40 e 50. Em uma das histórias mais comentadas da época, Conan viaja no tempo e vem parar na nossa realidade em plenos anos 70 (em HTV 43) causando uma chacina no centro de NY.   

HTV foi uma revista que serviu ao seu propósito e apresentou ao público brasileiro um verdadeiro desfile carnavalesco de super-heróis pra todos os gostos e tribos de leitores (independentemente do grau de importância ou fama dos personagens): Homem de Ferro, Nick Fury, Deathlok, Motoqueiro Fantasma, Senhor das Estrelas, Quarteto Futuro, Micronautas, Dr. Estranho, Manto e Adaga, Cristal, e muitos mais.

Foi cancelada no nº 112 já em franca decadência, pois a partir da edição 70 começara a perder o brilho pelos mais diversos motivos: da falta de noção dos editores (que perderam a mão ao remanejar os principais heróis pra outras revistas), passando pela crise econômica de meados dos anos 80 que forçou uma redução significativa de páginas da revista (fazendo-a perder a característica lombada quadrada para os famijerados grampos que enferrujavam com o tempo), e culminando no desgaste natural da criatividade dos próprios escritores da Marvel q já não conseguiam emplacar histórias tão boas com a mesma frequência de antigamente. Um triste fim pra uma das melhores revistas em quadrinhos de heróis de todos os tempos no Brasil e que marcou toda uma geração de leitores, mas q acabou vencida pela crise econômica, decisões editoriais equivocadas, e um gênero (super-heróis) que começava a apresentar sérios sinais de desgaste. Fica assim, apenas a glória de tempos áureos em nossas lembranças. 

Até+